Ex-governador Eduardo Leite foi até o MDB defender a aliança com o MDB com a desistência de Gabriel Souza. Foto: Carla Garcia (Divulgação)
Estará nas mãos de 70 membros do diretório do MDB o futuro do partido nas eleições ao Palácio Piratini. A decisão será no voto no próximo domingo (10). Mas parece que a pré-candidatura própria é irreversível, seja com o deputado Gabriel Souza, nome lançado pelo partido, seja com outra liderança emedebista.
Na segunda-feira (04), o pré-candidato do PSDB, o ex-governador Eduardo Leite, foi pessoalmente à sede do MDB, em Porto Alegre, fazer um apelo pela aliança e usou como principal argumento o fato de os dois projetos serem semelhantes e seu governo ter sido uma continuidade do seu antecessor, José Ivo Sartori. Também sustentou que dois pré-candidatos do centro facilitariam a polarização entre direita e esquerda no cenário gaúcho. Há 10 dias, a direção tucana, encabeçada pelo presidente estadual do PSDB, o deputado federal Lucas Redecker, fez o convite oficial ao MDB e ofereceu a vaga de vice na chapa de Leite.
Desta vez, foi o próprio ex-governador tucano que pediu o encontro. Na semana passada, Leite telefonou para Gabriel em busca da unidade. Tanto numa quanto na outra ocasião, a resposta foi a mesma: o MDB tem candidatura própria, porém a legenda não abdica do diálogo. “Respeitamos a iniciativa do PSDB. Conversar faz parte do processo político e democrático”, afirmou o presidente estadual da sigla, Fábio Branco, prefeito de Rio Grande. O MDB está numa encruzilhada, já que a cúpula nacional aprovou o“indicativo” de aliança com PSDB no Estado, já que os dois partidos estão unidos em torno da pré-candidatura a presidente da senadora Simone Tebet e ameaçaria não mandar recursos para a campanha de Gabriel.
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Também acompanharam a reunião pelo MDB o ex-governador Germano Rigotto, o ex-deputado Luis Roberto Ponte e o prefeito de Restinga Sêca, Paulo Salerno, presidente da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). Já do PSDB, além de Leite, estavam o deputado Redecker, o deputado estadual Mateus Wesp e o chefe da Casa Civil do Piratini, Artur Lemos.
Resistência interna
Há muita resistência interna na ala histórica do MDB em abrir mão da candidatura própria, capitaneada pelos ex-governadores Pedro Simon e Sartori e o vereador e ex-prefeito de Santa Maria Cezar Schirmer. Já Germano Rigotto, que é o coordenador do plano de governo da senadora Simone Tebet, e o ex-senador José Fogaça defendem a aliança com o PSDB.
Sartori é um dos mais críticos à coligação tucana. Ainda pesam os resquícios da disputa do segundo turno entre ele e Leite. Há um movimento, porém mais isolado, dentro do MDB que defende o nome Schirmer (foto) caso o deputado Gabriel Souza desista de concorrer.
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